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Paredes da Beira
A tradição diz que o nome de Paredes da Beira lhe foi dado por Dom Fernando “O Magno”, rei de Leão, não só pelos afloramentos graníticos que abundam em redor desta povoação, como também, pelas ruínas de muitos muros e arranjos de pedra deste duro granito que aí se encontram. A sua história está intimamente ligada à própria formação de Portugal, pois o mais antigo foral de que há memória no território lusíada é o “Foral do rei Leão Dom Fernando”, da segunda metade do século XI, entre 1055 e 1065, concedido conjuntamente às vilas de Penela, Paredes da Beira, São João da Pesqueira, Linhares e Anciães.
O conhecimento deste foral chegou até nós pelas sucessivas confirmações que dele foram feitas pelos nossos reis, Dom Afonso Henriques, Dom Sancho I, Dom Afonso II, Dom Afonso III e Dom Fernando confirmando o anteriormente dado por Dom Afonso III. Mais tarde, Dom Manuel I, em Lisboa, concedeu-lhe a 10-11-1514 “Foral Novo”.
Nos tempos do rei de Leão, os mouros dominavam toda esta região em Paredes da Beira, aproveitando o maciço granítico que constitui a elevação do terreno que protege a povoação construindo um poderoso e castelo. Nos seus arredores, encontram-se numerosos vestígios de obras de defesa dos povos que aí habitavam.
Desta localização e sistema defensivo resulta muito provavelmente a lenda e expressão bairrista dos habitantes de Paredes da Beira que dizem ser esta a "cidade do sol e dos sete castelos", expressão consagrada agora na ordenação heráldica aprovada para a freguesia.
Os 7 Castelos
Castelo de Paredes da Beira, situado no topo do vasto outeiro desta povoação, a 2,5 Km do rio Távora, e que hoje são apenas ruínas do grande castelo medieval que em 1037 os cristãos conquistaram aos mouros.
Castelo da Fraga da Alcaria, no cimo de um afloramento granítico, situado a 2 Km a Este de Paredes da Beira, a 200 metros da margem esquerda da ribeira de Várzeas, encontram-se ruínas de uma grande fortaleza medieval que seria a maior de todo o sistema defensivo de Paredes da Beira.
Castelo da Chã de Marganho, a 2,5 Km a Norte, frente à povoação de Espinhosa, sobre o vale do rio Távora, existem ruínas de uma fortaleza.
Castelo do Outeiro Alto, a Norte, no termo da freguesia, há vestígios de ruínas de um antigo castelo do tempo do nosso primeiro rei.
Castelo-Mor ou da Montanha, a 1 Km a Norte da povoação e no sítio da Praça dos Mouros, existem ruínas de antigo castelo medieval.
Castelo Velho, a 2 Km a Oeste da povoação, junto ao rio Távora, num maciço pedregoso, encontram-se ruínas de uma antiga fortaleza.
Castelo de Reboredo, a 994 metros de altitude, 3 Km a Sudeste da povoação, no cimo da serra de Reboredo, há vestígios de ruínas de um castro lusitano.
Residência Senhorial dos Lemos e Azevedos (Quinta da Corredoura)
Possui capela privativa que constitui notável exemplar da arquitectura setecentista. De invocação à Sra. da Assunção o pequeno templo (mais conhecido dos Santos Mártires) é um expressivo monumento de arte ornamental e decorativa da segunda metade do século XVIII. A fachada, pitoresca e cenográfica, alia a fantasia e opulência decorativa à plasticidade dos ornamentos e remates (rococó ou joanina) da ponta final do barroco. O jogo óptico do frontão é espectacular.
De grande sentido decorativo é o retábulo que embeleza o altar com colunas de pedra a imitar mármore. Pelos motivos bizarros, materiais que emprega e gramática fantasiosa do harmonioso conjunto, deverá ser datado a partir de 1750. Sobressaem dois túmulos envidraçados, de cada lado do altar: do lado do Evangelho, o corpo de S. Paulo; e do lado da Epístola, o de S. Félix.
Igreja Paroquial
De talha dourada do período barroco, é notável pela sua antiguidade, e acredita-se ainda que terá sido um local onde foi anteriormente implementado uma Mesquita Mourisca. A raiz do valioso templo é, seguramente, românica, embora tenha sofrido sucessivas reconstruções. O padroeiro S. Bartolomeu, invocado contra males atribuídos a Satanás, tem romaria a 24 de Agosto de tradições que remontam ao século XVIII, concitando a devoção das gentes locais e concelhos em redor. A procissão é ponto alto dos festejos religiosos.
Pelourinho
Encontra-se situado junto á entrada para o adro da freguesia. Este símbolo possui cinco degraus rectangulares, lisos, de esquinas vivas. Já o Fuste é composto por quatro colunas lisas onde fixa, o remate, esculturado com quatro peças de forma oval.
Ao centro, deslumbra-se uma peça tronco-piramidal de faces côncavas, encimada por rebordo de forma quadrangular, onde assenta uma esfera. Na face sul do segundo degrau, consegue ler-se a seguinte inscrição: “Restaurado por junta de freguesia 10.10.89”
Pinturas Ruprestes
A Fraga D’Aia é um pequeno abrigo granítico composto por blocos da mesma rocha, que se sobrepuseram uns aos outros. Este abrigo foi ocupado num período pré-histórico, onde se destaca a área do “castelo velho”.
Numa das paredes foram encontradas pinturas rupestres, numa extensão de três metros.
Estas pinturas estiveram durante muito tempo incógnitas, mas tudo leva a crer, que era obra dos resineiros que exploravam o pinhal que envolvia a zona do abrigo, por esse mesmo motivo foi lhe dado o nome “Pinheiro dos Macacos”.
Estas pinturas têm tonalidades de “vermelho vinho”, e “vermelho sangue”, onde demonstram cenas de caça, onde mostram cenas de caça com uma personagem armada e um cervídeo de longas hastes.
Dólmen de Areita
Corresponde a um dos maiores monumentos do género existentes na beira alta, sendo composto por uma acamara poligonal de sete esteios e corredor de médias dimensões. Cronologicamente, pelas suas características, artefactos encontrados e testes realizados pode-se afirmar que se situa nos finais do IV milénio a.C. Os materiais encontrados neste monumento reflectem o modo de vida destas comunidades, como também, demonstram fortes crenças religiosas.
Estes 2 monumentos e outros vestígios espalhados ao redor desta povoação são a prova da ocupação por parte dos povos da pré-história.
Mais sobre os vestígios arqueológicos
Poderá encontrar os vestígios arqueológicos descobertos em Paredes da Beira no Museu Eduardo Tavares em S. João da Pesqueira.