MARQUÊS DE SOVERAL: O DURIENSE QUE DESLUMBROU A EUROPA
Era duriense, inteligente, charmoso, culto, cheio de energia, um exemplo de gentleman para a alta sociedade inglesa. Era amigo íntimo do rei britânico, Eduardo VII e da família real portuguesa. Amigo de Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro ou Ramalho Ortigão. É ainda hoje um dos diplomatas mais reconhecidos.
Quem é afinal este homem do Douro que nasceu em 1851?
Falamos do Marquês de Soveral, um homem extraordinário que orgulha todos os durienses e Portugal.
Presente nos grandes palcos diplomáticos da época e da alta sociedade europeia, Luís Maria Pinto de Soveral (Marquês de Soveral) teve uma vida incrível que muitos ainda desconhecem.
Para que este grande duriense não seja esquecido, apresentamos o segundo de três artigos que procuram retratar a sua vida e servir de pequena homenagem.
COM OS ILUSTRES NACIONAIS
(Marquês de Soveral é o segundo à esquerda)
Entre 1888 e 1893, um grupo de onze amigos, desapontados com a política e incapacidade de renovação do regime constitucional, começam a reunir-se em jantares, autodenominando-se os “Vencidos da Vida”.
Faziam parte deste grupo:
• Ramalho Ortigão;
• Eça de Queiroz;
• Guerra Junqueiro;
• O futuro Conde de Sabugosa;
• Carlos Lobo d´Ávila;
• António Cândido;
• Carlos Mayer;
• Bernardo Pindela;
• O futuro Conde de Ficalho;
• Oliveira Martins;
• Luís Maria Pinto de Soveral.
Conforme mencionado no livro de Gonçalves Guimarães sobre o Marquês de Soveral:
“O grupo apresenta-se como uma elite alternativa. Os seus membros viam-se como os mais inteligentes, mais cultos e mais capazes do que os profissionais que, há décadas, dominavam as máquinas partidárias” (pag.40)
Não sendo revolucionários, apenas queriam dar o seu contributo para um país melhor. Tarefa titânica que os levava a declarar-se logo à partida como “vencidos”.
São estes os amigos com quem Marquês de Soveral se relaciona mais intelectualmente em Lisboa, Londres e Paris.
O BRAÇO DIREITO DO REI INGLÊS
(O Marquês de Soveral no iate real britânico em Cowes, 1913)
A vida de Luís Maria Pinto de Soveral não ficou marcada apenas no campo diplomático. Segundo consta, o rei de Inglaterra, Eduardo VII apreciava os conselhos políticos e a boa companhia, sempre alegre do Marquês de Soveral, tanto nos eventos lúdicos como nos convívios com algumas senhoras (principalmente em Paris).
O rei tinha Luís Maria como confidente e amigo íntimo, ouvindo-o mais do que à corte e políticos, fazendo-se acompanhar pelo gentleman de S. João da Pesqueira nos passeios, corridas, jantares ou óperas.
(A Rainha Alexandra, em Sintra no ano de 1905, entre D. Carlos e D. Amélia; o Marquês de Soveral à esquerda)
De facto, este pesqueirense demarcou-se pelo seu charme, franqueza, sentido de oportunidade, inteligência, um verdadeiro gentleman luso-britânico.
Luís Maria frequentava a alta sociedade londrina, sendo o único estrangeiro dos 90 membros que compunham o Marlborough Club fundado pelo príncipe Eduardo.
Como amante do mar, era frequente acompanhar o Príncipe de Gales nas regatas de vela em Cowes ou mesmo usar o iate real para uso pessoal, como se verifica em viagens que fez a Portugal ou para a Conferência de Haia em 1907.
Estas e outras mordomias iriam continuar ao longo do reinado de Jorge V.
(Marquês de Soveral como sportsman em 1910)
UM BOM VIVANT
O Marquês de Soveral tinha tudo para encantar o sexo feminino da época vitoriana. A sua posição social, riqueza herdada, ligação à corte e à realeza conferiam um destaque incontornável.
No meio aristocrático era conhecido como conversador, cheio de graça, um notável dançarino e de uma elegância incomparável. Todos estes atributos levam a que fosse considerado o arquétipo masculino londrino da Belle Époque.
(Lilie Langstry)
Era um homem cheio de charme que conquistava amores e suspiros pelas donzelas que ia conhecendo, sem nunca sobrepor a sua vida amorosa à vida profissional.
No legado que nos deixou encontram-se dezenas de bilhetes amorosos, alguns timbrados com brasão nobre.
Neste artigo abordamos apenas alguns aspetos mais pessoais de Luis Maria de Pinto de Soveral. No próximo e último artigo falaremos da sua faceta diplomática que o tornou num dos homens mais respeitados de toda a Europa.
A carreira política é extraordinária, é aqui que o Marquês de Soveral nos deixa orgulhosos enquanto durienses.
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